MUSICOTERAPIA PREVENTIVA PSICOSSOCIAL NA EDUCAÇÃO:
UM PANORAMA DOS DIÁLOGOS GENERATIVOS DE SAÚDE
COMUNITÁRIA/SOCIAL.
MUSIC THERAPY PREVENTIVE PSYCHOSOCIAL IN EDUCATION:
A PANORAMA OF DIALOGUE HEALTH GENERATIVE COMMUNITY / SOCIAL.
Autora: NASCIMENTO, Sandra Rocha; Co-autores: PELLIZZARI, Patricia Claudia; PAULA, Karylla Amandla de Assis; BARROS, Rafael Mendonça; VALENTIM, Fernanda.
Universidade Federal de Goiás. ICCMUS Argentina.
Programa de Extensão LABORINTER EDUCARSAÚDE.COM - EMAC-06/ PROEC/UFG. BRASIL/GOIÁS.
Financiamentos: Brasil- PROEXT/MEC/SESu (2013-2016); SENAD/MS(2013); PROEC/UFG(2013-2015); FAPEG-GO(2012-2015).
VI CLAM- CLAM Brasil - Florianópolis 18 a 23 DE JULIO 2016.
Eixo temático: Musicoterapia Comunitária/ Social Categoria: Comunicação oral.
RESUMO:
O estudo apresenta o panorama da Musicoterapia desenvolvida no campo da
educação, identificando fatores de risco e vulnerabilidades psicossociais e
fatores protetivos de fortalecimento da saúde intra e interrelacional dos atores
das comunidades escolares, através de ações direcionadas à prevenção e
sustentadas em perspectivas sistêmicas e comunitárias. Sustentamos na
perspectiva da musicoterapia preventiva comunitária, posta por Pellizzari e
Rodríguez(2005), que procura promover processos que gerem “espacios de
expresión, recuperación y creación; encuentro y diálogo interior y con los otros;
lazos y redes sociales entre colegas y demás actores de la comunidad”
(Siccardi, apud Pellizzari e Rodríguez,2005,p.92). O levantamento das ações
musicoterapêuticas centrou-se em arquivos pessoais da autora, em base de
dados da UFG e do CNPq/Brasil, apresentando um panorama geral das
propostas efetivadas. Verificamos o consolidar de uma longa trajetória, atuando
em diversos lócus, públicos, temas, tendo como centro um olhar ou escuta
diferenciados para a comunidade escolar.
Palavras-chave: Musicoterapia na Educação; Prevenção; Saúde
Comunitária/Social;
Introdução
Considerando os conceitos de comunidade e sociali, sustentamos que
cada unidade educativa configura-se como uma comunidade, compostas de
diferenciados espaços, tempos, seus sujeitos da comunidade intra-escolar e
comunidade extra-escolar(NASCIMENTO,2010), bem como dos intertextos de
suas histórias de vida e dos textos advindos das políticas públicas. Na
constituição das escolas brasileiras esses diversos aspectos evidenciam a
existência de interinfluências múltiplas e intersubjetividades
(NASCIMENTO,2010), que caracterizam cada escola como uma comunidade e
um campo social sui generis.
Viñao Frago(1995) afirma que nas escolas existe uma cultura escolar ou
culturas escolares, “incluye prácticas y conductas, modos de vida, hábitos y
ritos– la historia cotidiana del hacer escolar-, objetos materiales– función, uso,
distribución en el espacio, materialidade física, simbologia, introducción,
transformación, desaparición...-, y modos de pensar, así como significados e
ideas compartidas. Alguien dirá: todo. Y sí, es certo, la cultura escolar es toda
la vida escolar: hechos e ideas, mentes y cuerpos, objetos e conductas, modos
de pensar, decir y hacer”(p.68-9).
A perspectiva de musicoterapia preventiva comunitária, posta por
Pellizzari e Rodríguez(2005), coloca como premissa que “la musicoterapia
comunitaria contiene intervenciones específicas que surgen de la escucha y
consideración de las necessidades y deseos de la comunidade (formada o en
gestacíon) de la que el musicoterapeuta forma parte” (Siccardi, apud Pellizzari
e Rodríguez,2005,p.90).
Objetivos
Temos como objetivo apresentar um panorama da Musicoterapia
desenvolvida no campo da educação, pela autora, sustentando em
perspectivas sistêmicas, psicossociais e comunitárias.
Metodologia
O levantamento das ações musicoterapêuticas centrou-se em arquivos
pessoais, em base de dados da UFG e do CNPq/Brasil, apresentando um
panorama geral das propostas efetivadas entre o período de 1992 ate a
presente data(2016), com: temas ou temáticas emergidos nos campos,
públicos beneficiados e locais de atuação, período, práticas.
Resultados
Nossa jornada na educação, iniciada em 1992 através da inserção das
linguagens artísticas em avaliações psicopedagógicas dentro de ambiente
escolar, avançou, nos anos posteriores, para propostas musicoterapêuticas
direcionadas as demandas emergidas neste campo: ressignificando o processo
inclusivo de educandos com deficiências físicas, mentais e sensoriais(1995) e
os comportamentos de alunos com distúrbios de conduta(1999); estruturação e
implementação do atendimento terapêutico-educacional para alunos com TEA
e seus familiares(1999 a 2014); mediação na formação de educadores à
inclusão escolar(2006 a 2009) e sobre a violência escolar e cultura da
paz(2009 a 2013); acolhimento interdisciplinar para moradores em situação de
rua, junto ao Consultório na Rua/SMS-Go(2011 a 2012); ações
interdisciplinares de promoção da saúde na escola (2011 a 2015); interação da
musicoterapia com grupos multifamiliares à prevenção ao uso de drogas por
escolares(2013); atuação preventiva de promoção da saúde e redes de apoio
junto a idosos(2013 a 2015); experiências musicoterapêuticas na formação
profissional de humanização em saúde(2014); atuação sistêmica e comunitária
ao estabelecimento de redes de apoio entre escolas e os atores sociais e
comunitários(2015 a 2016).
A maioria das propostas, a partir de 2008, foi desenvolvida através de
ações extensionistas vinculadas a UFG, sendo algumas financiadas pelos
editais do PROEXT/MEC/SESu-Brasil. Dentre os projetos de extensão ainda
tivemos: grupos de estudo com musicoterapeutas nacionais sobre a
aplicabilidade da musicoterapia na educação(2008 a 2015); seminários de
práticas clinicas (2006-2013); formação interdisciplinar de acadêmicos atuantes
na extensão(2009 a 2015); experiências acolhedoras na formação de redutores
de danos(2015); jornadas de musicoterapia preventiva comunitária em parceria
com a ICCMUS Argentina(2014,2015). Culminando nossas ações, as
pesquisas direcionadas a atuação sistêmica da musicoterapia em escolas de
tempo integral(2010) e na prevenção ao uso de drogas junto a
adolescentes(2013-2015), esta ultima financiada pela FAPEG-GO. Para 2016,
reeditamos e ampliamos os projetos de extensão sobre as temáticas da cultura
da paz, os grupos de estudo sobre musicoterapia na educação e a
implementação de uma proposta inovadora de intercâmbio entre universidades
na perspectiva da educação em direitos humanos.
Verificamos, neste panorama, o consolidar de uma longa trajetória, com
diversos temas, públicos, lócus de atuação, metodologias e resultados com
produções importantes. Um aspecto central se apresenta em todas as
atuações: o olhar ou escuta diferenciada para a escola, considerando-a como
dispositivo social central. Proporcionando a ampliação desta escuta, frente aos
fenômenos educativos, agregamos um enfoque sistêmico e comunitário com o
prontagonismo dos sujeitos da comunidade escolar desde a realização do
levantamento de dados até a socialização de saberes e geração de redes de
apoio. Desvela-se esta escuta diferenciada do musicoterapeuta comunitário,
uma “escucha, intervención, reflexión compartida”, como o eixo norteador de
todas as propostas da musicoterapia preventiva comunitária co-construida
nestes 24 anos, identificando vulnerabilidades e fatores de risco psicossocial,
bem como fatores protetivos de fortalecimento da saúde intra e interrelacional
dos atores das comunidades escolares.
Desde 2011 compreendemos que a musicoterapia desenvolvida no
campo da educação alinha-se com a proposta preventiva psicossocial posta
por Pellizzari e Rodríguez, em que a musicoterapia procura promover
processos, possibilidades que gerem: “espacios de expresión, recuperación y
creación; encuentro y diálogo interior y con los otros; lazos y redes sociales
entre colegas y demás actores de la comunidad” (Siccardi, apud Pellizzari e
Rodríguez,2005,p.92).
Conclusões
Extraindo de nosso panorama da Musicoterapia Preventiva Psicossocial
e Comunitária na Educação uma conclusão, como um som que vibra
permanentemente, em ressonância com as vozes de Patricia Pellizzari e
Ricardo Rodríguez(2005,p.10): “Todos somos potencialmente sujeitos
transformadores de la realidade cotidiana. Reinventamos en cada acto la voluntad de ser coerentes con nosotros mismos y con nuestros semejantes.
Aun creemos en la potencia de la salud, de la dignidade, de la solidaridad. En
el desafio de vencer el aislamiento para integrarnos en metas comunes”.
Referências Bibliográficas:
HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário HOUAISS da
Língua Portuguesa. 3a.edição rev. e aum. Rio de Janeiro:Editora Objetiva.2009.
NASCIMENTO, Sandra Rocha do. A escuta diferenciada das dificuldades de
aprendizagem: um pensarsentiragir integral mediado pela musicoterapia.
Doutorado em Educação/ PPGE-FE/UFG.2010.
PELLIZZARI, Patricia C. e RODRÍGUEZ, Ricardo. Salud, escucha y
Creatividad. Musicoterapia Preventiva Psicosocial. Argentina:Ediciones
Universidad Del Salvador.2005.
VIÑAO FRAGO, Antonio (1995). Historia de la educación y historia cultural.
Posibilidades, problemas, cuestiones. In: Revista Brasileira de Educação,
Set/Out/Nov/Dez,1995. p.63-82.
i Comunidade: como “conjunto de habitantes de um mesmo local”(HOUAISS, 2009, p.175); social: “que
pertence ou vive em sociedade”(p.695).
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