quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Lançamento de artigo sobre Musicoterapia na Educação pelo CIRANDA DA ARTE- Seduc/GO

No ultimo dia 19 de outubro/2011, o Ciranda da Arte fez o lançamento da Coletânea de trabalhos sobre as diversas linguagens artísticas. Dentre os artigos, a MUSICOTERAPIA ampliou as discussões do uso da música na Educação Contemporânea.
As referências da obra são as seguintes:
Abrangências da Música na Educação Contemporânea: conceituações, problematizações e experiências/ organizadores. Luz Marina de Alcântara, Edvânia Braz Teixeira Rodrigues- Goiânia: kelps, 2011. ISBN: 978-85-400-0195-9

Abaixo, o artigo sobre a MUSICOTERAPIA NA EDUCAÇÃO. Boa Leitura!


A ESCUTA DIFERENCIADA DO MUSICOTERAPEUTA NA EDUCAÇÃO: (RE)SIGNIFICANDO O ESPAÇO ESCOLAR.


Autoras:
NASCIMENTO, Sandra Rocha do Nascimento (Professora e Coordenadora dos Estágios do Curso de Musicoterapia da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG. Mestre em Música (EMAC-UFG) e Doutora em Educação (PPGE/FE-UFG).
FERREIRA, Eliamar Apª de B. Fleury e (Professora e Coordenadora do Curso de Musicoterapia da Escola de Mùsica e Artes Cênicas da UFG. Mestre em Música pelo Programa de Pós-Graduação da EMAC-UFG)

É do poder de se ouvir que nasce a faculdade de se escutar.
É do poder de se escutar que nasce a faculdade de falar”
(TOMATIS apud BARCELLOS, 1994).

A Musicoterapia no contexto escolar ou na educação regular é um campo a ser explorado, desbravado, motivo pelo qual se torna necessário pensar a efetivação de ações musicoterapêuticas no contexto escolar considerando a realização de diversos projetos e pesquisas. Identificamos poucos estudos na área da Musicoterapia que investigam sobre sua aplicabilidade na educação, sendo a escassez de literatura sobre o tema uma realidade. A maioria das pesquisas e práticas musicoterapêuticas na área da educação encontra-se no campo do ensino especial com foco nos casos de alunos que apresentam deficiências e/ou com investigações efetivadas dentro de instituições especializadas ou no contexto clínico.
A partir de pesquisa de doutoramento (NASCIMENTO, 2010), compreendemos que a atuação do musicoterapeuta na educação, em específico no ambiente escolar, requer ações que possam levá-lo a perceber e refletir sobre os multifatores interinfluentes presentes nesse contexto com vistas à compreensão das diversas situações vivenciadas por seus atores.
Segundo Bruscia (2000),
a musicoterapia é incrivelmente diversa. Ela é atualmente utilizada em muitos e diferentes settings clínicos, para tratar uma grande variedade de problemas de saúde, de um sem número de tipos de clientela. Seus objetivos e métodos variam de um settinge cliente a outro, e de um musicoterapeuta a outro, dependendo da orientação teórica do terapeuta e de sua formação (p. 165).

No processo formativo do musicoterapeuta, a compreensão sobre os diversos aspectos que influenciam a constituição do ser humano, desde sua composição física, emocional e psíquica, até os aspectos sociais e culturais que interferem na configuração de suas representações e ações, é de fundamental importância à proposição de ações no contexto em que este futuro profissional será inserido.
A Estrutura Curricular do Curso de Musicoterapia/EMAC/UFG (2009) apresenta disciplinas de diferentes áreas que vão se inter-relacionando, formando uma gama de conhecimentos interdisciplinares, dando sustentação teórico-prática ao profissional egresso. O curso de Musicoterapia compreende uma matriz curricular na qual se integram disciplinas distribuídas em três grandes eixos que compõem a formação do musicoterapeuta: Musical, Científica e de Sensibilização. A área musical visa oferecer ao aluno conhecimentos e experiências musicais, instrumentalizando-o para sua prática profissional. A área científica oferece conhecimentos da área de saúde e de ciências humanas necessários à fundamentação teórico-científica e ético-crítica do exercício profissional, com o objetivo de levar o aluno a conhecer os aspectos influenciadores (físicos, psicológicos, sociais, culturais) na constituição e/ou configuração das patologias. As disciplinas de sensibilização pretendem possibilitar a conscientização do efeito da música e do som sobre no ser humano, em suas múltiplas dimensões. Além das disciplinas teóricas e vivenciais, os graduandos em musicoterapia efetivam práticas clínicas em estágio supervisionado, por meio de atendimentos musicoterapêuticos em diversas unidades de saúde mental, saúde pública, educação especial, hospitalar, educação entre outras, efetivando práticas clínicas junto a profissionais musicoterapeutas numa perspectiva interdisciplinar entre o serviço e a formação acadêmica.
Esta amplitude de conhecimentos permite uma atuação interdisciplinar, tanto na prevenção, no sentido de ações reflexivas que possibilitem mudanças, como no tratamento (como ações interventivas) de diversos processos de adoecimento e/ou patologias. Os contextos de atuação se diferem, tais como escolas, clínicas, hospitais, comunidades, empresas, atendendo a população infantil, adolescente, adulta e idosa, a partir do uso da Música em processos e/ou ações musicoterapêuticas.
Dessa forma, pretende-se que o egresso do curso de Musicoterapia, seja um profissional que apresente habilidades e aptidões tais como:
1. Aptidão para desenvolver ações de promoção, prevenção, reabilitação e recuperação da saúde em nível individual e coletivo, não apenas sob a perspectiva técnica, mas também do ponto de vista humanista, observando os padrões de qualidade e os princípios da ética e bioética.
2. Capacidade para tomar decisões visando o uso apropriado de técnicas, munido de competências e habilidades para avaliar e decidir as condutas mais adequadas e estabelecer estratégias de tratamento musicoterapêutico e a conclusão dos mesmos, respaldados por aportes teórico-científicos.
3. Habilidade para atuar em equipe multi, inter e transdisciplinar, demonstrando condições tais como: capacidade para desenvolver ações de orientação e assessoramento de atividades vinculadas à Musicoterapia; habilidade para assumir posições de liderança em equipes multiprofissionais, envolvendo compromisso, responsabilidade, empatia e capacidade de análise crítica das situações sociais, proporcionando a co-gestão; aptidão para a comunicação e relação interpessoal envolvendo colegas de trabalho, pacientes/clientes e seus familiares;
4. Capacidade para manter a confidencialidade de informações a ele confiadas.
5. Disponibilidade para o aprendizado contínuo através da educação permanente, de maneira que possa refletir e re-significar suas práticas, aprendendo a aprender e ter responsabilidade com a sua educação e treinamento das futuras gerações profissionais.
6. Capacidade para construir e desenvolver métodos e técnicas e procedimentos musicoterapêuticos, de acordo com as necessidades do local e da população em questão.
7. Competência para participar de(s) entidade(s) que representa(m) a categoria profissional, atuando em ações que objetivam divulgar e ampliar os estudos da Musicoterapia, sustentados numa perspectiva de reflexão crítica sobre as diferentes práxis.
8. Competência para participar de supervisão clínica de profissionais musicoterapeutas e, em algumas situações, de áreas afins.
9. Conhecimento dos fundamentos da prática clínica, considerando as avaliações diagnósticas, estratégias de tratamento, implementação, conclusão e sua correspondente documentação.
10. Capacidade para realizar ações técnicas relacionadas com a prática musicoterapêutica (entrevista musicoterapêutica, testificação sonoro-musical etc). Capacidade para avaliar o progresso das pessoas em tratamento musicoterapêutico e a efetividade das estratégias terapêuticas.
11. Capacidade para conhecer princípios de metodologia científica na realização de leitura crítica de artigos técnico-científicos para aplicação clínica e a participação da produção de conhecimentos. Competência para realizar estudos e investigações nas várias áreas da Musicoterapia e áreas afins.
12. Capacidade para reconhecer suas limitações e encaminhar, adequadamente pacientes/clientes cujas necessidades estejam fora do alcance de sua formação técnica e emocional.
13. Disponibilidade para cuidar da própria saúde física e mental e buscar seu bem estar como ser humano e como profissional que se dispõe a atuar em situações que requer cuidado a pessoas.

Considerando-se as diferentes aplicações da Musicoterapia, as necessidades diferenciadas do contexto em questão e as individualidades dos sujeitos atendidos pelo musicoterapeuta, os objetivos terapêuticos buscam, através da aplicação dos elementos sonoro-musicais presentes nas histórias de vida, otimizar aspectos biopsicosócioemocionais tais como: expressão de sentimentos e de conflitos internos, melhoria nas relações intra e interpessoais, aumento da auto-estima, aquisição de capacidade auto-reflexiva, fortalecimento da capacidade reflexiva ao enfrentamento de situações conflitivas.
Referente a realidade escolar, a encontramos permeada de queixas, direcionadas quer aos alunos ou aos professores, bem como aos diversos atores da comunidade escolar. Geralmente como depositários primários encontramos os alunos. Sobre estes,uma grande maioria de docentes formam conceitos ou preconceitos ao primeiro sinal de “diferença” do grupo previlegiado pela escola ou pelo professor. No meio das queixas, a figura da família se faz presente, sendo freqüentemente culpabilizada pelas “condutas inadequadas” de seus tutelados. Na outra ponta, os docentes também são alvo de críticas, tornando-se os “responsáveis” pelo insucesso escolar dos alunos.
Caracteristicamente, o ambiente escolar vai se tornando um espaço de competição, queixas exaustivas, frustrações, desconfianças, gerando conflitos entre todos os atores da comunidade escolar. As queixas e problemas centram-se sempre “no outro”, com solicitações infindáveis de mudanças a partir da aquisição de recursos estruturais, geralmente físicos.

Segundo Patto (2005),
há problemas de relacionamento entre os vários níveis hierárquicos. Há apropriação privada do espaço público das escolas pelos educadores (muitas vezes como estratégia de sobrevivência em condições de trabalho adversas). Há solidão, desamparo, raiva, ressentimento, corpo mole e corpo duro, ou seja, formas de resistência passiva e ativa. Há corporativismo, defesa de privilégios e disputas pelo poder. Há sentimento de impotência e fatalismo, há pouca esperança.(...). Está presente, sobretudo, uma profunda inimizade entre professores e alunos, tidos como responsáveis pelas permanentes dificuldades enfrentadas pelos que ensinam. (p.20)

Nesse ambiente, os casos de adoecimento emocional e psíquico se tornam cada vez mais presentes, direcionados a qualquer pessoa presente e atuante nesse contexto. À resolutividade das dificuldades e conflitos, os diversos atores da comunidade escolar pouco ou quase nada avançam numa perspectiva auto-reflexiva, não se percebendo como co-responsáveis e influenciados por diversos fatores sócio-culturais às vezes mantidos pelas práticas educativas.
Vários autores da área da Educação sustentam a importância de se repensar a relação educativa saindo das formas autoritárias do ensino tradicional, presentes em muitas unidades de ensino, mesmo nos dias atuais, e avançando para o estabelecimento de inter-relações qualitativamente mais saudáveis no espaço escolar.
Morales (1998) afirma que a maioria dos professores nem sempre percebe a classe, “de maneira consciente e refletida, em termos de relação com os alunos” (p.9). Sustenta que essa dimensão relacional está, constantemente, ensinando aos alunos, embora tenham ou não, os professores, intencionalidade em fazê-lo. Segundo o autor, “o que se ensina sem querer ensinar e o que se aprende sem querer aprender pode ser, e com frequência é, o mais importante e o mais permanente do processo de ensino-aprendizado, e isso por sua vez depende, em boa medida, do estilo de relação que estabelecemos com os alunos (p.16)”.
Desta forma, as dificuldades interacionais não se apresentam apenas relacionadas aos alunos, mas permeiam todos os vínculos do espaço escolar, quer da comunidade intra-escolar (gestores, funcionários, corpo docente, alunos) quer da comunidade extra-escolar (equipes multiprofissionais, familiares, pesquisadores, comunidade).
Quando se pensa que a música poderá favorecer experiências criativas aos alunos que apresentam problemas na escola, proporcionando a re-significação e/ou aprendizagem de formas expressivas, é necessário lembrar um dos aspectos interacionais mais deficitários nesses indivíduos (e em nossa contemporaneidade): a dificuldade em se utilizar formas socialmente adequadas, que facilitem a comunicação de necessidades e/ou dificuldades interpessoais e intrapsíquicas. Geralmente, as formas comunicativas se apresentam através de gestos abruptos, falas ininteligíveis, gritos, empurrões, agitação corporal, ações estas que impactam as pessoas próximas aos alunos, ocasionando diferentes reações e gerando discriminação ou isolamento.
Dentre as diversas possibilidades de relações estabelecidas dentro da escola, a música encontra-se quase sempre presente em todos os espaços e tempos escolares. Porém, muitas vezes sua utilização ainda se encontra sem preparação fundamentada, sendo sub-utilizada ou com o uso marcadamente ligado à preparação de eventos.
Questionamos como a música está sendo usada e como ela pode ser pensada objetivando a integralidade do processo ensino-aprendizagem. Utilizar a música na educação significa utilizar-se de um embasamento na perspectiva interdisciplinar, de troca, quer seja através da reflexão sobre diferentes perspectivas teóricas, quer seja através das trocas entre profissionais, mas nunca, numa postura isolada, sem conexões, nem mesmo sem reflexão crítica.
Referente ainda, ao uso da música na educação vale dizer que encontramos propostas de sua utilização buscando desenvolver o indivíduo em sua integralidade. Zampronha (2007), ao defender a utilização da música neste contexto, enfatiza que
(...) o projeto educacional (as propostas educativas) deve ser alimentado de mais esta ferramenta, a musical, estimulando o educando a ser o que é. (...) a ferramenta musical liberta na medida em que, não sendo conceitual, possibilita ao educando estruturar valores dentro dos inúmeros expostos e propostos no universo cultural, possibilitando-lhe atribuir significação, ao mesmo tempo que estabelece um sentido para a sua existência (p.129).
Continua afirmando que,
embora jamais pretenda eleger um conhecimento de algo, a música se estabelece como algo que dialoga com o conhecimento e a sensibilidade, e sua natureza objetal, estatuto alcançado em razão da auto-referência com a qual ela se constrói, garante-lhe uma incompletude capaz de gerar diferentes experiências. É dessa maneira que todos fazem uso de seus recursos, embora pontos de partida, metodologias e objetivos difiram entre si (op.cit., p.148).

É nesta perspectiva, ou seja, de diversas utilizações da música, com objetivos diferenciados sustentados pela formação específica de cada área, é que propomos a inserção da Musicoterapia no espaço escolar com vistas a contribuir como agente auxiliar no processo (auto)reflexivo-transformador junto aos atores da comunidade escolar.
Porém, a utilização da Musicoterapia no contexto escolar é uma ação ainda pouco vislumbrada, tanto pelos profissionais da própria área quanto pelos demais sujeitos que constituem a equipe pedagógica da instituição escolar. Dentre os fatores que interferem no avanço desta perspectiva, acreditamos que haja o desconhecimento sobre as diferenças entre o uso da música com fins pedagógicos, como a Educação Musical, e sua utilização com fins terapêuticos, objetivo da Musicoterapia. Tais diferenças nem sempre são bem percebidas, levando a enganos e comparações equivocadas entre o fazer musical auto-expressivo de uma vivência musicoterapêutica e os aspectos artísticos e pedagógicos na utilização em Educação Musical, muito presente no senso comum.
Diferenciando-se dos usos da música já configurados dentro do espaço escolar, a Musicoterapia propõe ações terapêuticas com base no tripé: corpo-som-música, onde as expressões corporais, sonoras e musicais são consideradas como formas de comunicação não-verbal, aceitas e trabalhadas em toda a sua expressividade. A partir da Escuta Musicoterapêutica compreendemos os diversos discursos como fontes de informações que evidenciavam subjetividades, formas (auto)perceptivas e de representações. Com a realização constante de uma leitura diferenciada sobre os fenômenos, se faz necessário ouvir-ver os fatos apresentados numa atitude de abertura e sustentados por uma reflexão crítica.
A atuação no espaço escolar exige do profissional musicoterapeuta a apreensão dos multifatores interinfluentes como condição essencial à proposição de ações, fazendo uso da Escuta Musicoterapêutica sustentada numa atitude fenomenológica que compreenda os “múltiplos contornos” dos acontecimentos (MERLEAU-PONTY, 1999).
No ambiente escolar, embora encontremos uma diversidade que tende à uma ambiência competitiva e conflituosa, permeada pela inconstância tanto nas ações quanto nas posturas dos sujeitos, configura-se um espaço possível de reflexão sobre as situações vivenciadas e os aspectos que interinfluenciam, proporcionando muitas vezes, a manutenção das “coisas”. Nesse quadro, vislumbramos possibilidades de re-significação do espaço escolar, tornando seus atores co-responsáveis pelas situações vivenciadas.
Resgatar a capacidade reflexiva e auto-reflexiva, numa perspectiva de trocas construtivas e saudáveis, torna-se a meta da Musicoterapia na educação, fortalecendo os momentos criativos e colaborativos encontrados em muitas situações do cotidiano escolar. Como afirma Patto (2005), “na escola há também momentos de colaboração, de respeito mútuo e de desejo de melhorar – o que faz da escola um lugar ainda promissor (p.20)”.
Compreender o uso da música e das artes como esse lugar, espaço e tempos de aprendizagem da essência humana, sensível e reflexiva, coletiva e autônoma, é avançar para uma compreensão de formar um ser humano integral.
Para Zampronha (2007),
para além da lógica e do pensamento rotineiros, dominando procedimentos libertadores e otimizando funções cognitivas e criativas, a vivência musical que se pretende na educação não diz respeito apenas ao exercício de obras caracterizadamente belas, assinaladamente bem-feitas , mas sim a todas as que motivem o indivíduo a romper pensamentos prefixados, induzindo-o à projeção de sentimentos, auxiliando-o no desenvolvimento e no equilíbrio de sua vida afetiva, intelectual, social, contribuindo enfim para a sua condição de ser pensante (p.128).

Finalizando, Zampronha (op. cit.) sustenta que “fazer música é então ler o mundo externo e interno, emprestando-lhe significação. Fazer música não se restringe à apreensão de um universo físico-acústico; pelo contrário, é um 'gesto', um gesto que se vive, uma experiência singular, única. Fazer música é ouvir, é descobrir, é descobrir-se (p.162)”.
Nesse sentido, a Musicoterapia, ao propor ações terapêuticas a partir do pressuposto do uso da música como viabilizadora de expressões corporais, emocionais, culturais, sonoras e musicais, através de formas de comunicação não-verbal que sãoaceitas e trabalhadas em toda a sua expressividade, possibilita, no ambiente escolar, um espaço-tempo de falar e escutar diferenciado, permeados pela auto-reflexão e reflexão dos multifatores que permeiam o processo ensino-aprendizagem.
Desta forma, proporcionar o desenvolvimento de ações musicoterapêuticas na área educacional, dentro do contexto escolar, centra-se muito além da efetivação de ações ligadas aos alunos que apresentam problemas. A Musicoterapia na educação, sustentada por embasamento na perspectiva interdisciplinar, avança na compreensão e atuação junto aos diversos atores da comunidade escolar e aos multifatores interinfluentes no processo ensino-aprendizagem.
A Musicoterapia no contexto escolar, acolhendo e trabalhando com a auto-expressão dos sujeitos ali inseridos, poderá proporcionar a re-significação da capacidade de aprender e ensinar, ampliando e/ou resgatando a interação positiva entre os diversos atores, auxiliando na re-estruturação intrapessoal e interpessoal.

REFERÊNCIAS:
BARCELLOS, Lia Rejane Mendes. Cadernos de Musicoterapia 3. Rio de Janeiro: Enelivros, 1994.
BRUSCIA, Kenneth. Definindo Musicoterapia. 2ª ed., Rio de Janeiro: Enelivros, 2000.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. 2ª ed., São Paulo: martins Fontes, 1999.
MORALES, Pedro. A relação professor-aluno. O que é, como se faz. 7ª ed., São Paulo: Loyola, 2008.
NASCIMENTO, Sandra Rocha do. A ‘escuta diferendciada’ das dificuldades de aprendizagem mediada pela musicoterapia. (Tese em fase de finalização) Goiânia: PPGE-FE/UFG, 2010.
PATTO, Maria Helena Souza. Exercícios de indignação: escritos de educação e psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo®, 2005.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. Projeto Pedagógico do Curso de Musicoterapia. (Projeto). Goiânia: Escola de Música e Artes Cênicas:UFG, 2009.
ZAMPRONHA, Maria de Lourdes Sekeff. Da música, seus usos e recursos. 2ª ed., ver e ampliada. São Paulo: Editora UNESP, 2007.


(as notas de rodapé foram suprimidas aqui, sendo encontradas na obra original)