O DISTANCIAMENTO ENTRE ESCOLA E FAMILIA: POTENCIAL FATOR
DE RISCO AO USO DE DROGAS POR ESCOLARES
Introdução.O estudo refere-se ao projeto de extensão A musicoterapia em grupos
multifamiliares no contexto escolar: um espaço-tempo de prevenção primária ao uso de
crack e outras drogas, da Universidade Federal de Goiás (UFG) e beneficiário de
auxilio financeiro da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD-Brasil).
Objetivo.Intentamos evidenciar uma problemática verificada entre os contextos escolar
e familiar, conformando-se como importante fator de riso ao uso de drogas por
escolares adolescentes. Metodologia.Trabalhamos com alunos do 50 e 60 anos do
Ensino Fundamental, seus familiares, gestores, educadores e coordenadores
pedagógicos de uma escola estatual, situada em bairro periférico da cidade e eleita pela
Secretaria de Educação do Estado de Goiás. Todos foram esclarecidos sobre o projeto e
convidados a participação. O Grupo Multifamiliar, aliado aos jogos dramáticos e as
experiências musicoterapêuticas (Bruscia, 2000), norteou os planejamentos e a
execução das atividades. Efetivamos cinco encontros semanais dentro da escola, com
duração de 150 minutos, no período noturno. Resultados.Dentre os resultados
alcançados na identificação dos fatores de risco e de proteção ao uso de drogas por
escolares, o distanciamento entre escola e família emergiu como importante aspecto,
colocando em situação de vulnerabilidade todos os sujeitos. Embora a escola acolhesse
e promovesse toda a infraestrutura à execução do projeto, a não-presença de seus
sujeitos nos grupos e o desvelamento de uma lógica relacional culpabilizadora entre
escola-família, conformaram-se como sérios fatores de risco. Muitos familiares não
aderiram as atividades devido à crença de que as reuniões seriam marcadas por
cobranças e falta de escuta. Conclusão.Sustentamos que diminuir esse distanciamento
entre os atores da comunidade escolar e modificar suas interações se faz urgente, quer
gerando quanto dando continuidade a propostas de prevenção primária na perspectiva
humanista, conformando-se como fator protetivo ao uso de drogas por escolares e seus
pares em seus contextos de vivência.
Unitermos: Musicoterapia na educação; Prevenção primária na escola; Adolescentes e família; Inter-relações escola-família.
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