Nas ações psicossociais de educação em saúde, do Programa de Extensão EMAC -06, consideramos que qualquer ação ou recurso planejado pela equipe executora tem como premissa básica proporcionar a reflexão dos participantes sobre suas condições de saúde, ampliando a compreensão sobre as escolhas realizadas proporcionando a busca por mudanças em suas realidades sociais.
Pellizzari e Rodríguez (2005), sustentam que com dispositivos apropriados podemos detectar indicadores de risco psicossocial, realizar avaliação e abordagens frente a problemáticas de vulnerabilidade.
Segundo Pellizzari e Rodríguez (2005), musicoterapeutas argentinos, “la expresión de sentimentos y aun de aspectos de maior complejidad cognitiva son más factibles de ser comunicados por las personas a través de linguajes y recursos “no verbales” como la música, que por médio de la palavra” (p. 201). Para os autores, a utilização destes recursos expressivos, como a música, trazem muitos benefícios, potencializando os mecanismos de enfrentamento e criatividade em situações de desamparo e instabilidade emocional, quer seja pessoal, familiar ou social. Para os autores, “los discursos sonoros de las personas poseen los rasgos de su propia organización cognitiva, emocional y social” (op.cit, p. 201). Como dispositivos técnico expressivos em Musicoterapia, os autores citam: improvisação sonora, canto grupal, sonodramatização, técnicas receptivas e jingle preventivo.
Consideramos o objetivo posto pelos autores para os dispositivos técnico-expressivos, qual seja, “pensar en dispositivos sonoros, en el campo de la prevención y la promoción de la salud, es pensar una metodologia específica de intervencíon que, diferenciándose del dispositivo clínico, tiene por objetivo desarrollar em una población beneficiaria específica, la capacidade de interrogarse, de reflexionar y de tomar consciência en los temas concernentes a su salud y calidade de vida”(PELLIZZARI e RODRIGUÉZ, 2005, p.204).
Desta forma, verificamos que muitos recursos utilizados pelos monitores dos projetos de extensão em 2014 podem ser considerados como Dispositivos Técnico Expressivos, tendo o mesmo objetivo citado, ou seja, de mobilizar os sujeitos à expressão e ampliação da capacidade reflexiva sobre si mesmos e seus contextos de vivência, tendo como alvo ativar os núcleos salutogênicos, proporcionando a conscientização e elaboração de recursos pessoais ao enfrentamento de conflitos e valorando a expressão comunitária e coletiva de seus pares.
Os materiais ou recursos produzidos para difusão de
tecnologias desenvolvidas nos projetos de extensão constaram de: artigos e resumos submetidos e
apresentados em eventos científicos; foolders, manuais e painéis educativos; oficinas musicoterapêuticas; jingles preventivos musicoterapêuticos; tecnologias leves de acolhimento; entre outros.
Nas ações extensionistas, a movimentação das subjetividades dos sujeitos ocorre de forma lúdica, interativa, criativa e permeada por trocas entre as pessoas.
Todos foram elaborados pelos membros das equipes executoras.Nas ações extensionistas, a movimentação das subjetividades dos sujeitos ocorre de forma lúdica, interativa, criativa e permeada por trocas entre as pessoas.
A seguir apresentamos alguns deles.
- DISPOSITIVOS TÉCNICO EXPRESSIVOS:
- painéis e foolders de educação alimentar, elaborados pela área de Nutrição, sendo entregues aos participantes nos campos/escolas;
FOOLDERS E PAINEIS EDUCATIVOS - NUTRIÇÃO
- jingles preventivos temáticos, elaborados pela área de Musicoterapia, utilizados quando de ações em campos específicos;
JINGLE PREVENTIVO - tema Dengue - campo: educação infantil
JINGLE PREVENTIVO - tema Familia - campo: educação infantil
JINGLE PREVENTIVO- tema Acordar Tranquilo - campo: educação infantil
JINGLE PREVENTIDO - tema Bosque e Drogas - campos: comunidade universitária
- jogos interativos e materiais educativos relacionados a temáticas da saúde, elaborados pela área de Pedagogia e Biologia e com a participação interdisciplinar da Musicoterapia.
Jogo: JOGO SAÚDE EM AÇÃO
TEMA: CUIDANDO DO NOSSO AUTOCUIDADO.
Objetivo Geral: Proporcionar a reflexão sobre atitudes de autocuidado e de colaboração mutua ao cuidado consigo e com o outro. Objetivos específicos: Criar vínculo com alunos e professores da escola; Desenvolver habilidades de escuta; Estimular a conscientização dos educandos sobre atitudes de auto-cuidado; Promover atitudes de companheirismo e cooperação; Desenvolver
habilidades de escuta; Objetivo do Jogo: Fazer o peão de sua equipe chegar ao final do trajeto
do tabuleiro. Para andar uma casa é necessário adivinhar o que quer dizer a
mímica do seu parceiro. Conteúdo do jogo: 1 tabuleiro ; 1 dado; 4 peões; (N) cartas; Numero de participantes: 12 a 60 jogadores, divididos em 2 a 4
equipes.
DIARIO DE BORDO DA GESTANTE
https://drive.google.com/?tab=mo&authuser=0#folders/0By-nIqxq7HjrUUNLa0R0b1lZWUE
https://drive.google.com/?tab=mo&authuser=0#folders/0By-nIqxq7HjrUUNLa0R0b1lZWUE
Objetivo Geral: Promover
uma conscientização intra e interrelacional com enfoque no binômio mãe e
filho/filha na perspectiva multi e
interdisciplinar. Objetivos Específicos: 1. Promover uma ação educativa junto às
participantes do grupo de gestantes da UABSF do setor São Judas Tadeu. 2.
Executar a ação através da mediação de uma equipe interdisciplinar e veiculação
de diferentes abordagens em torno do processo gestacional e pós-gestacional do
binômio mãe-filho. 3. Estruturar estratégias e recursos para
desenvolver as atividades enfocando o binômio mãe e filho/filha. 4.
Agregar as informações vivenciadas e aprendidas (dimensões do pensamento do
sentimento e da ação) através da experiência sonoro musical. 5.
Veicular informações corretas sobre aleitamento materno, esclarecendo mitos e
verdades sobre o assunto. 6. Explicar a técnica correta para a pega da mama materna pelo bebê. Atividades: Dramatização, discussão sobre os asuntos
abordados, Reflexão, canções para apresentação, Ensino expositivo da Xantala,
da pega do aleitamento e da alimentação saudável, alongamento na acolhida e
final das oficinas. Momento de feedback: (técnica do soliloquio).
- TECNOLOGIAS LEVES: Ainda consideramos a utilização dos momentos de diálogo, quando de atividades de escuta ativa junto aos sujeitos dos campos sobre o que pensam, como resolvem seus conflitos, como "tecnologias leves", objetivando acolher suas expressões verbais.
grupo de púrberes do ensino fundamental
O trabalho educativo em grupos consiste numa valiosa alternativa para se buscar a promoção da saúde que permite o aprofundamento de discussões e a ampliação de conhecimentos, de modo que as pessoas superem suas dificuldades e obtenham maior autonomia, melhores condições de saúde e qualidade de vida. (Silva, 2003 apud Santos e Lima, 2008)
Neste contexto, a Tecnologias Educativas em saúde (TESs) são ferramentas importantes para o desempenho do trabalho educativo e do processo de cuidar. A TES integra o grupo das tecnologias leves, denominadas tecnologias de relações, como acolhimento, vínculo, automação, responsabilização e gestão como forma de governar processos de trabalho. (Merhy, 2002 apud Santos e Lima, 2008).
As tecnologias leves, em saúde, então referem-se as atitudes de escuta ativa, acolhimento, orientação, que humanizam as relações entre o profissional de saúde e os sujeitos usuários.
- Dentre as tecnologias divulgadas, ainda temos as MATRIZES DE AVALIAÇÃO DAS AÇÕES (PELLIZZARI, 2011) e a MATRIZ DE FAMILIARIZAÇÃO INSTITUCIONAL (PELLIZZARI, 2014).
Estas matrizes, referem-se a dispositivos de avaliação inicial e/ou permanente sobre as intervenções realizadas em campos sociais e comunitários. "La matriz es un sistema similar a aquel que utilizan los científicos en el proceso de investigación para leer los datos recolectados (matrices de datos). Así también los profisionales podemos evaluar el trabajo a través de este sistema, utilizando registros periódicos internos para el monitoreo y diagramación de actividades, como para sintetizar cualquiera de las etapas mencionadas o encarar futuras investigaciones producto de temas específicos surgidos en el proceso ya evaluado" (PELLIZZARI, 2011, p.176).
Os monitores foram capacitados na construção e utilização de matrizes de avaliação. As matrizes foram utilizadas em todas as ações dos projetos ICB-115 e EMAC-162, com etapas de preenchimento no momento de planejamento e pós-intervenção.
Para visualizar uma Matriz de Avaliação de Ação preenchida pela equipe no momento denominado Reflexão Pós-Intervenção, veja MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE AÇÃO - grupo gestante e um modelo da MODELO DE MATRIZ DE FAMILIARIZAÇÃO INSTITUCIONAL
- Local de execução: Igreja da Família (Evento com gestantes pacientes na UBASF São Judas Tadeu); DATA(S): 27/06/14 . MEMBROS DA EQUIPE PRESENTES: Professora Nusa, Hellen, Bruna Carneiro, Alline, Diego, Poliana, Pollyane, Nágila, Bruna Alves, Ana Carolina, Grace, Viviane, Letícia, Luana.