A atuação da Musicoterapia na educação encontra-se em expansão na Universidade Federal de Goiás, principalmente nas atividades extensionistas do PROGRAMA EMAC-06.
Para socializar os resultados obtidos através das ações, foram submetidos e aprovados dois trabalhos desenvolvidos no ano de 2014, que serão apresentados em comunicações orais no evento da ABRASCO.
Socializamos aqui para ampliarmos nossas possibilidades de desenvolver ações musicoterapêuticas comunitárias e favorecer momentos saudáveis em diversos contextos e públicos.
Como ação diferencial, apresentamos também a atuação da Musicoterapia numa disciplina do Mestrado Profissional de Saúde Coletiva, ampliando a atuação na perspectiva da promoção da saúde e na prevenção de adoecimentos.
A participação no evento da ABRASCO configura-se, assim, como um novo espaço-tempo de encontro com novos interlocutores, expandindo os diálogos entre a Musicoterapia e a Saúde Coletiva.
Trabalho no 3437
DIZ AI ! VAMOS CONVERSAR...
ESCUTANDO VULNERABILIDADES AO USO DE DROGAS ATRAVÉS DE JINGLES PREVENTIVOS.
AUTORES:
Nascimento, Sandra Rocha do. (docente. EMAC/UFG.
srochakanda@gmail.com)
Pellizzari, Patricia C. (docente. Universidad
del Salvador/ ICCMUS/Argentina. patripellizzari@yahoo.com.ar)
Valentin,
Fernanda. (docente. EMAC/UFG. mtfernandavalentin@gmail.com)
Barros,
Rafael Mendonça. (Musicoterapeuta. Autônomo. rafaelcs_1@hotmail.com)
Marques,
Junia Danielle. (Musicoterapeuta. Autônomo. mtjuniamarques@gmail.com)
Paula,
Karylla Amandla de Assis. (Musicoterapeuta. Autônomo. karyllaamandlamt@gmail.com)
Caixeta,
Camila Cardoso. (docente. FEN/UFG. camilaccaixeta@uol.com.br)
PERÍODO DE REALIZAÇÃO:
Mês de agosto de 2014, no campus universitário da
Universidade Federal de Goiás, Goiânia-Goiás.
OBJETO DA EXPERIÊNCIA
A experiência foi realizada junto a comunidade universitária,
entre discentes, docentes, técnicos administrativos e comunidade circunvizinha da
UFG.
OBJETIVOS
A experiência musicoterapêutica –Jingle Preventivo
Itinerante- teve como objetivo mobilizar a comunidade universitária para
refletir, expressarse e discutir sobre o espaço comunitário e o uso de
drogas, pensando em como promover uma universidade saudável e com qualidade de
vida para todos.
METODOLOGIA:
A atividade integrou a ação extensionista DIZ AI! VAMOS
CONVERSAR SOBRE O BOSQUE?. O Jingle Preventivo Itinerante foi executado por
três equipes de musicoterapeutas, que circularam pelos espaços do campus da
universidade com instrumentos musicais e a canção, convocando as pessoas à
participação através do canto, do tocar, dialogar sobre o tema e se
expressarem em painéis ou urnas dispostas pelo campus.O jingle também foi
veiculado por meio de carro de som que circulava pelos espaços.
RESULTADOS
No inicio, os contatos das pessoas se mostraram com pouca espontaneidade
e olhares distantes de curiosidade. Com abordagem direta dos musicoterapeutas, aumentou
a adesão para a escuta do jingle, tocar nos instrumentos e expressar ideias em
grupo, culminando com maior registro nas urnas ou nos painéis. Junto aos universitários
usuários, verificamos permitirem a aproximação, deixarem de fazer uso de
drogas (maconha) no momento de interagir e aderem na atividade se expressando
sem resistências.
ANÁLISE CRÍTICA
Partindo da premissa que "cada persona precisa expresarse y ser
escuchada" (PELLIZZARI, 2011, p. 49), compreendemos que o jingle
preventivo possibilitou a diluição de resistências interpessoais, permitindo
o contato com o diferente (pessoas, canção, instrumentos), favorecendo
aproximações, trocas de olhares, sorrisos, diálogos, informações, e
ampliando a motivação para a expressão. Consideramos que todas as formas de
"reação" ao jingle falam da subjetividade dos sujeitos.
CONCLUSÕES E/OU RECOMENDAÇÕES
A
ação mobilizou reflexões por meio de uma forma criativa e acolhedora da
diversidade de significados, em oposição as formas questionadoras, proibicionistas,
abstratas ou absolutas sobre o tema do uso de drogas. O jingle despertou a
atenção das pessoas para a ação DIZ AI!, convocando-as intra e interrelacionamente
à expressão e avançando para uma autonomia menos individualista e mais
relacional e coresponsabilização entre todos.
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Trabalho no 3609
A MUSICOTERAPIA
DIMINUINDO FRONTEIRAS ENTRE PESSOAS, LINGUAS, CULTURAS, SENTIMENTOS NO ACOLHIMENTO
INTEGRATIVO NA UFG.
AUTORES:
Nascimento, Sandra Rocha do. (docente. EMAC/UFG.
srochakanda@gmail.com)
Morais, José Gomes de. (graduando. EMAC/UFG. jogofefamojkl@hotmail.com)
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Ação da Coordenadoria de Assuntos Internacionais, em 03/março/2015, na Faculdade de Letras/UFG.
OBJETO DA EXPERIÊNCIA
Estudantes intercambistas de outros países, pelos Programa
Ciência Sem Fronteiras e Graduação Sanduiche, e membros da CAI e da Reitoria da
UFG.
OBJETIVOS
Traçamos como objetivo
favorecer um espaço-tempo de acolhimento e mobilização de sentimentos de
pertencimento, colaboração e responsabilidade relacional nos
participantes. Ampliar a compreensão e percepção das pessoas para a
mensagem de união entre as pessoas e respeito a diversidade cultural.
METODOLOGIA
Convidados para uma
atividade de acolhimento
integrativo, os musicoterapeutas utilizaram a experiência de re-criação musical,
com letra adaptada (parodia) de um trecho adaptado da canção "Comunhão da
Terra"(Marcia Sirqueira), um instrumento musical regional (acordeon) e um
tambor xamânico. Enfocou a atitude de união como habilidade para viver
saudavelmente, em que no final do refrão da canção adaptada cada intercambista
falasse seu nome e seu lugar de origem.
RESULTADOS
A ação estimulou a interação das pessoas,
fazendo-os ouvir a canção e trazerem suas vozes, movimentando-se interna e
externamente, possibilitando que todos ampliassem suas expressões. Favoreceu
que se percebessem presentes, fazendo parte de um coletivo, uma comunidade e se
sentindo confiantes. Nos feedbacks ouvimos:“Realmente não só quebrou o gelo, como também
mostrou a riqueza do Brasil, de nossa bela informalidade e arte, capaz de curar
todas as dores, até mesmo a dor da saudade do viajante”.
ANÁLISE CRÍTICA
Sustentamo-nos na perspectiva posta por
Pellizzari e musicoterapeutas colaboradores da ICCMUS/Argentina, afirmando
que "cada persona precisa
expresarse y ser escuchada" (PELLIZZARI, 2011, p. 49).
Para Bert Helling, PERTENCER
é a primeira necessidade de todo Ser Humano, é a primeira 'Ordem do Amor'. Sentirmo-nos pertencendo configura-se
como um fator curador e mantenedor da saúde biopsicosocioafetiva, diluindo
conflitos interpessoais e emaranhamentos intrapessoais.
CONCLUSÕES E/OU RECOMENDAÇÕES
Acolhendo de forma significativa as pessoas
estrangeiras, para que sintam pertencendo ao contexto, aproxima-as
qualitativamente das pessoas e costumes diferentes. PERTENCER através de uma
experiência criativa como a música (mesmo com ritmos, melodias, harmonias,
instrumentos e gestos não conhecidos), agrega uma diferença positiva aos
encontros, ampliando a subjetividade e o potencial criativo à resolução de
problemas de todos os envolvidos.
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UMA EXPERIÊNCIA DE
HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE NA FORMAÇÃO INTEGRALIZADA DO PROFISSIONAL
AUTORES:
Silveira, Nusa de Almeida. (docente vinculada ao ICB/UFG e
ao Programa de Mestrado em Saúde Coletiva. nusa@ufg.br)
Nascimento, Sandra Rocha do. (docente vinculada a EMAC/UFG.
srochakanda@gmail.com)
PERÍODO DE REALIZAÇÃO:
meses de novembro e dezembro de 2013, na Universidade
Federal de Goiás, Goiânia-GO.
OBJETO DA EXPERIÊNCIA
A experiência contou com alunos da 4ª turma do Programa de
Mestrado Profissional em Saúde Coletiva/NESC/UFG e duas professoras doutoras.
OBJETIVOS
A disciplina objetivou capacitar os alunos à percepção da
integralidade das dimensões intra e interpessoais constitutivas dos sujeitos e
compreender a perspectiva integral e sistêmica no cuidado ao outro, em saúde, e
proporcionar experiências musicoterapêuticas de autoconhecimento.
METODOLOGIA:
As aulas iniciavam com experiências musicoterapêuticas para
acolhimento e mobilização dos alunos, seguidas da reflexão dialogada dos
conteúdos e feedbacks autoperceptivos. Para a avaliação utilizou-se de
seminários sobre os temas e textos dados: Humanização da gestão e atenção em
saúde; A escuta sensível na atenção e cuidado em saúde; Autopercepção e
percepção do outro; Perspectiva integradora e sistêmica em Educação e Saúde;
Espiritualidade como instrumento de Humanização do trabalho em Saúde.
RESULTADOS
As expressões dos alunos no início centravam-se em relatos
de dificuldades e problemas, suscitando atitudes de inibição do diálogo,
exclusão do diferente ou fuga de situações de conflito. Com o seguimento das
atividades, a percepção e reflexão direcionada ao outro e a si mesmo ampliaram,
gerando abertura para trocas e indagações sobre mudanças. Nos seminários,
muitos discursos apresentaram a noção da co-autoria de resoluções de conflito
priorizando a reflexão dialogada entre opiniões distintas.
ANÁLISE CRÍTICA
Verificamos que os alunos ampliaram suas auto-reflexões
sobre o campo da saúde, numa interlocução entre os textos, suas experiências
pessoais em aula e nos campos profissionais, desenvolvendo a capacidade de
“saber pensar”(DEMO, 2011), na qual a reflexão sobre as próprias ações é
condição primeira para indagar novas compreensões sobre o já conhecido, fazendo
emergir o “saber cuidar”(op.cit.), que traz a noção de conviver junto com e
tornar-se parte da realidade em que nos encontramos inseridos.
CONCLUSÕES E/OU RECOMENDAÇÕES
A experiência evidenciou a importância de centrar-se na
perspectiva de integração intra e interpessoais, colocando os sujeitos para se
perceberem como Seres Históricos construtores de ações transformadoras, como
bem expresso no discurso de uma aluna: “é um momento essencialmente nosso, onde
temos a chance de refletirmos sobre os nossos comportamentos, o que eles
provocam e que conhecimentos estamos adquirindo, armazenando e trocando com as
pessoas”.
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