Em consonância com a proposta de sequência didática solicitada pelo Ciranda da Arte aos educadores em arte, na qual registram suas práticas pedagógicas efetivadas dentro das escolas de tempo integral possibilitando ampliar o arcabouço de referências para futuros professores, a ficha-roteiro de sequência metodológica de aplicabilidade da musicoterapia na educação apresenta algumas diferenciações, quer em seus objetivos quanto em sua estruturação. Como as ações musicoterapêuticas dentro do espaço escolar se diferenciam das ações pedagógicas desenvolvidas pelos professores de arte, em reunião do Gep de Musicoterapia (Dez,2011) efetivamos adequações pertinentes à área da Musicoterapia e à proposta em subsidiou as discussões do grupo.
Sendo o GEP DE MUSICOTERAPIA NA EDUCAÇÃO uma proposta interinstitucional –Ciranda da Arte/SEDUC e EMAC/UFG-, configurando-se como espaço de socialização e discussão da atuação do musicoterapeuta inscrito dentro das escolas e da área da educação, esta ficha tem como objetivo possibilitar a construção de registros qualitativos sobre as ações musicoterapêuticas desenvolvidas. Como objetivos específicos, temos: ampliar a literatura sobre a atuação do musicoterapeuta na educação; registrar ações musicoterapêuticas efetivas em escolas regulares; dar a conhecer algumas especificidades da leitura e análise musicoterapêutica em contextos escolares.
As ações a serem descritas se referem apenas àquelas realizadas dentro das EETI, considerando a eleição de um grupo de alunos e/ou outros atores do contexto escolar, proporcionando a socialização da prática musicoterapêutica desenvolvida. Com esta iniciativa, acreditamos proporcionar a ampliação e fomento da produção de conhecimento sobre a área.
FICHA-ROTEIRO DE SEQUÊNCIA METODOLÓGICA
DA MUSICOTERAPIA NA EDUCAÇÃO
DA MUSICOTERAPIA NA EDUCAÇÃO
NASCIMENTO, Sandra Rocha do
BRASIL, Elisama Barbosa
et all.
BRASIL, Elisama Barbosa
et all.
Nome do Profissional da Rede:________________________________
(neste campo inserir o nome do musicoterapeuta atuante em contextos escolares)
(Apresentamos (em itálico) algumas informações adicionais para o preenchimento dos critérios estruturados na ficha-roteiro. No ato do preenchimento da descrição, essas explicações deverão ser retiradas. Ao final da ficha-roteiro encontram-se explicações complementares sobre alguns conceitos expostos no documento nos indicativos sobrescritos. A partir do tópico seguinte, o musicoterapeuta deverá eleger um grupo de sujeitos com o qual desenvolveu diversas ações musicoterapêuticas sequenciadas. Desta forma, as ações eleitas à descrição deverão ser consideradas num continuum observando-se as etapas de A)observação da realidade - B)leitura e análise do contexto - C)planejamento das ações - D)execução das ações - E)observação sobre os resultados/realidade) .
A) ESCUTA AMPLIADA SOBRE O CONTEXTO ESCOLAR:
(neste item, o musicoterapeuta deverá realizar a ação de escuta ativa sobre os fenômenos do contexto escolar, atentando-se à apreensão de dados sobre os alunos e demais atores da escola, sob diversas formas de coleta de dados -observação participante, entrevistas abertas, conversação espontânea, questionários- e fontes de informações como outros protocolos da escola . O objetivo principal é coletar informações sobre o cotidiano escolar e que sejam relevantes para a compreensão ampliada dos fenômenos educativos emergentes. Deverá citar qual instrumento de coleta foi utilizado, com qual público obteve os dados e quais informações foram coletadas, priorizando pelo registro descritivo e não interpretativo).
B) LEITURA E ANÁLISE MUSICOTERAPÊUTICA SOBRE
OS FENÔMENOS EDUCATIVOS:
(neste tópico deverão constar as explicações sobre a leitura e análise musicoterapêutica efetivada , dando a conhecer como compreendeu os dados coletados sobre o contexto escolar. É importante identificar o foco da problemática apreendida, quer junto aos sujeitos-alunos, quanto junto ao contexto escolar e/ou outros atores).
C) PLANEJAMENTO DAS AÇÕES:
1) Ano:
(neste item, o musicoterapeuta deverá identificar o ano ou série escolar ou grupo de sujeitos na qual foram desenvolvidas as ações que serão descritas).
2) Eixo temático:
(neste item, o musicoterapeuta deverá definir qual a temática estabelecida ao desenvolvimento das ações musicoterapêuticas. A matriz curricular define alguns critérios à eleição dos eixos temáticos relacionados a cada ano escolar , que podem ser utilizadas como eixos norteadores à eleição do tema a ser trabalhado. No entanto, a partir da escuta ativa realizada (tópico A), é possível estabelecer outra temática ao desenvolvimento das ações. Aqui deverá ser somente listado a temática estabelecida. Para melhor identificação, consulte a MATRIZ DE MUSICOTERAPIA, em anexo ao final do documento).
3) Tema:
(neste item, o musicoterapeuta listará o(s) assunto(s) que desenvolveu junto ao grupo e que norteou(aram) a aplicação das ações musicoterapêuticas. Subdividimos este item em três aspectos: tema principal, escuta de temas emergentes e temas secundários, como expostos a seguir. Como temas, é possível elegermos: auto-percepção, percepção do outro, atitudes de cooperação X atitudes de competição, capacidade de dar/receber feedback, entre outros, como expressos na MATRIZ DE MUSICOTERAPIA. O(s) tema(s) sempre devem estar relacionados com a escuta ampliada realizada. È importante dar a conhecer sobre o que significa o tema trabalhado, colocando informações complementares no item 11).
a) tema principal:
(neste item, o musicoterapeuta ressaltará um aspecto relevante a ser abordado dentro do tema eleito, como por exemplo: no tema auto-percepção pode ser eleito como tema principal a percepção de capacidades e limites. Para visualização de outros temas, consulte MATRIZ DE MUSICOTERAPIA).
b) escuta de temas emergentes:
(neste item, o musicoterapeuta deverá averiguar a emergência de temas provenientes da participação dos sujeitos, considerados co-responsáveis à efetivação das ações. Esses temas emergentes podem ser encadeados ao tema principal ou estarem relacionados a um momento do processo).
c) temas secundários:
(neste item, o musicoterapeuta abarcará assuntos relacionados ou oriundos do tema principal, e mesmo associados a outras áreas do conhecimento e/ou linguagens artísticas).
4) Número de encontros/ações musicoterapêuticas:
(neste item, o musicoterapeuta deverá indicar o período e/ou duração, em números de encontros, à realização das ações musicoterapêuticas desenvolvidas e que serão descritas).
5) Modalidades de experiências musicoterapêuticas:
(neste item, o musicoterapeuta descreverá as experiências musicoterapêuticas utilizadas na efetivação das ações na escola, como as citadas por Bruscia (2000), tais como: Improvisação livre, Composição, Re-criação e Audição musical, dando preferência às três primeiras experiências consideradas como “ativas” . É importante ressaltar qual a abordagem musicoterapêutica efetivada e/ou modelo musicoterapêutico que subsidia a prática ).
6) Conceitos estruturantes:
(neste item, o musicoterapeuta listará conceitos básicos que se remetem às metas ou objetivos que os alunos e/ou sujeitos deverão internalizar. No final da ficha, no item 11, podem ser inseridas explicações maiores sobre esses conceitos estruturantes, expondo o que significam e qual influência ou importância possuem na aprendizagem relacional dos educandos. Alguns conceitos estruturantes podem ser colocados para explicações complementares, mas se faz essencial colocar aquele(s) que diz(em) respeito à ação ou ações realizadas e planejadas) .
7) Recursos materiais:
(neste item, o musicoterapeuta listará os recursos materiais básicos e/ou necessários para o empreendimento e execução de suas ações planejadas no contexto escolar, como: instrumentos musicais, materiais de apoio, espaço físico, duração do encontro, materiais solicitados e utilizados pelos alunos, dentre outros, conformando o “enquadre musicoterapêutico” (SCHAPIRA,2002) estabelecido).
8) Expectativas de aprendizagem subjetivas:
(neste item, o musicoterapeuta especificará o que espera alcançar através de suas ações junto aos atores da escola, quais sejam, alunos, professores, pais, funcionários etc . Iniciar este tópico com algumas expressões tais como: Que ao final de toda seqüência os alunos sejam capazes de: Desenvolver...; Conhecer...; Identificar..; A cada aspecto listado iniciar com um verbo indicativo de ação).
D) EXECUÇÃO DAS AÇÕES:
9) Desenvolvimento:
(neste item, o musicoterapeuta fará a descrição da sequência das ações musicoterapêuticas desenvolvidas. A cada encontro/ação descrita, junto ao grupo/sujeitos, deverão constar os aspectos relacionados abaixo, quais sejam: a) registro descritivo da sequência metodológica/ações musicoterapêuticas (descrição do conjunto de ações planejadas, contendo a relação gradual das ações ou etapas a executadas, como ações iniciais, ações intermediárias e ações de finalização do encontro); b) condutas psico-musicais dos sujeitos (relato da expressão musical dos sujeitos, retratando as características psicológicas e comportamentais peculiares, bem como as projeções do mundo interno dos sujeitos, referindo-se às condutas psico-musicais); c) leitura e análise musicoterapêutica (descrição e analise musicoterapêutica dos dados relevantes suscitados nos encontros musicoterapêuticos. Importante relacionar com autores que subsidiem a análise musicoterapêutica).
Encontro/Ação 1:
a) registro descritivo da sequência metodológica/ações musicoterapêuticas:
b) condutas psico-musicais dos sujeitos:
c) leitura e análise musicoterapêutica:
Encontro/Ação 2:
a) registro descritivo da sequência metodológica/ações musicoterapêuticas:
b) condutas psico-musicais dos sujeitos:
c) leitura e análise musicoterapêutica:
Encontro/Ação 3:
a) registro descritivo da sequência metodológica/ações musicoterapêuticas:
b) condutas psico-musicais dos sujeitos:
c) leitura e análise musicoterapêutica:
Observação: Importante registrar no mínimo uma sequência de 8 encontros e no máximo 15 encontros.
E)OBSERVAÇÃO SOBRE OS RESULTADOS/REALIDADE:
10) Avaliação:
(neste item, o musicoterapeuta retomará à escuta ampliada sobre os sujeitos no contexto escolar, utilizando dos instrumentos de coleta de dados ou outros formas de registro. A matriz curricular propõe a utilização de variadas formas de avaliação da aprendizagem significativa ).
11) Dicas introdutórias:
(neste tópico, o musicoterapeuta apresentará informações complementares ao entendimento dos conceitos estruturantes elegidos na descrição do trabalho. Deverá colocar explicações sobre o TEMA eleito (item 3) para que seja possível obter, do leitor, um entendimento sobre a que se refere o tema e a importância do mesmo para o desenvolvimento integral dos educandos/sujeitos)
Como material de referência para definir ações, sugerimos a consulta à Matriz DACUM (2010), possibilitando a utilização e descrição de atividades já validadas na prática musicoterapêutica.
12) Anexos e/ou Observações:
(neste tópico, o musicoterapeuta deverá listar os materiais utilizados como suporte teórico para o desenvolvimento das ações, tais como: músicas, textos, imagens, jogos musicais, entre outros. Podem ser anexadas após as referências, tanto em arquivo de texto como em audio).
(Como material anexo, complementar, o musicoterapeuta deverá gerar um vídeo-clip que sintetize toda essa sequência metodológica, podendo conter texto/legendas, imagens, áudios etc. O objetivo desta ação centra-se em divulgar experiências por meio da produção audiovisual. Apresentar obras de curta-metragem com duração MÁXIMA de 15 minutos. Os formatos de projeção das obras selecionadas deverão ser em DVD ou CD (podendo ser gravados em extensão: AVI, FLV, MP4, WMV, WMA, WAV, MVB ou outras extensões que são executadas pelos programas Windows Media Player, Media Player Classic, Real Player). Pode ser gerado através do Movie make. Observar se a obra possui qualidade suficiente para projeção de imagem e áudio. O vídeo em DVD ou CD – deverá estar editado, com TODOS os créditos da produção, inclusive uso de músicas (para ter acesso as músicas livres, visite o site:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do
Em anexo encontram-se os documentos necessários a serem organizados: Cessão de direitos; Autorização de uso de imagem. O documento de “Autorização de uso de imagem” é um documento em que as pessoas que aparecem nos vídeos autorizam o uso de suas vozes e imagens, sendo a coleta desse documento de responsabilidade única dos autores dos vídeos. A assinatura do termo de “cessão de direitos” implica no entendimento dos autores sobre a necessidade de coleta da autorização citada.)
13) Referências:
(neste tópico, deverá constar a lista de referências utilizadas para a elaboração desta sequência, tais como: livros, revistas, sites, entre outros).
ANEXOS
REFERÊNCIAS DA FICHA-ROTEIRO:
BARBIER, René, L'écoute sensible dans la formation des professionnels de la santé. Conférence à l´Ecole Supérieure de Sciences de la Santé Disponivel em http://www.saude.df.gov.br, Brasilia, juillet,2002 In: Conferência na Escola Superior de Ciências da Saúde – FEPECS – SES-GDF Disponível em http://www.saude.df.gov.br/FEPECS, acesso em agosto/2008.
BARCELLOS, Lia Rejane Mendes. Musicoterapia: alguns escritos. Rio de Janeiro: Enelivros, 2004.
BRUSCIA, Kenneth E. Definindo Musicoterapia. 2 ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 2000.
COLOMBO, Andréa Aparecida; BERBEL, Neusi Aparecida Navas. A Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez e sua relação com os saberes de professores. In: Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 28, n. 2, p. 121-146, jul./dez. 2007.
CUNHA, Rosemyrlam. Escuta Terapêutica: sons, silêncios e palavras. s/local. s/data (mimeo).
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento-pesquisa qualitativa em saúde. 9ªed. São Paulo: Hucitec, 2006.
NASCIMENTO, Sandra Rocha do. A Musicoterapia no contexto escolar: uma “escuta” diferenciada. (Monografia) Goiânia: UFG, 1999.
SCHAPIRA, DIEGO. Musicoterapia. Facetas de lo Inefable. Rio de Janeiro: Enelivros, 2002.
NOTAS DE FIM:
(a) Segundo Colombo; Berbel (2007), esta sequência em continuum refere-se à Metodologia da Problematização ou Arco de Maguerez, a qual “tem como tem como ponto de partida a realidade que, observada sob diversos ângulos, permite ao estudante ou pesquisador, extrair e identificar os problemas ali existentes.(...) A Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez, tem como ponto de partida a realidade que, observada sob diversos ângulos, permite ao estudante ou pesquisador extrair e identificar os problemas ali existentes.
(b) ESCUTA ATIVA: refere-se à atitude do musicoterapeuta direcionada para facilitar a expressão verbal e não verbal dos sujeitos. “Escutar é cuidar, é receber, abstrair, relacionar e comunicar” (CUNHA, s/d). A escuta ativa do musicoterapeuta sustenta-se na “escuta sensível” definida por Barbier (2002), que afirma que “A escuta sensível se apóia na empatia. O pesquisador deve saber sentir o universo afetivo, imaginário e cognitivo do outro para poder compreender de dentro suas atitudes, comportamentos e sistema de idéias, de valores de símbolos e de mitos. A escuta sensível reconhece a aceitação incondicional de outrem. O ouvinte sensível não julga, não mede, não compara. Entretanto, ele compreende sem aderir ou se identificar às opiniões dos outros, ou ao que é dito ou feito. A escuta sensível afirma a congruência do pesquisador. Ele transmite suas emoções, seu imaginário, suas interrogações, seus ressentimentos. Ele é “presente” isto é, consistente. Ele pode se recusar a trabalhar com um grupo se certas condições ferirem o núcleo central de seus valores, sua filosofia de vida.” Baseado na Fenomenologia, o musicoterapeuta no ato da ‘escuta ativa’ realizará uma redução fenomenológica, colocando em suspensão -époque- seus conceitos já formados e apreendendo os fenômenos em sua expressão originária.
(c)Como instrumentos de coleta de dados sobre os fenômenos educativos, podemos utilizar: observação participante, entrevistas abertas e semi-estruturadas, questionários, consulta a documentos da escola, fichas de coleta de dados estruturadas pelo musicoterapeuta ou pela escola, gravações em áudio e/ou vídeo. Observação participante: se refere às ações conjuntas de observar o contexto e de partilhar e/ou participar das atividades e da rotina de um grupo ou comunidade. Por exemplo: “observações sobre conversas informais, comportamentos, cerimoniais, festas, instituições, gestos, expressões que digam respeito ao tema da pesquisa” (MINAYO, 2006, p. 194). O observador torna-se integrante da realidade que observa. Para Schwartz & Schwartz (apud MINAYO, 2006, p. 273-274) observação participante é definida “como um processo pelo qual mantém-se a presença do observador numa situação social, com a finalidade de realizar uma investigação científica. O observador está em relação face a face com os observados e, ao participar da vida deles, no seu cenário cultural, colhe dados. Assim o observador é parte do contexto sob observação, ao mesmo tempo modificando e sendo modificado por este contexto”. Entrevistas abertas são caracterizadas como um dos instrumentos de trabalho em campo cujas perguntas e respostas são feitas de maneira oral. São utilizadas para explorar mais amplamente uma determinada questão. O entrevistador, a fim de obter o maior número de informações sobre um tema, elabora um roteiro, introduz o assunto e o entrevistado tem liberdade para discorrer sobre o tema sugerido (MINAYO, 2006). Conversação espontânea se refere a conversas informais com os sujeitos, não necessariamente combinadas. No entanto, essas conversações possuem como objetivo coletar dados sobre algum tema e/ou sujeito(s). Questionários são instrumentos de coleta de dados compostos por questões apresentadas em escrito, com o objetivo de recolher informações específicas e/ou determinadas pelo pesquisador. Outros protocolos da escola podem ser utilizado à coleta de dados, tais como: diários de classe, registros do conselhos de classe, planejamentos dos professores, histórico escolar dos alunos, relatórios da coordenação pedagógica etc.
(d) Leitura e análise musicoterapêutica, no âmbito clinico, referem-se, respectivamente, à apreensão, pelo musicoterapeuta, da “movimentação do paciente em relação ao espaço, aos instrumentos musicais, ao musicoterapeuta e à música”; e à análise musicoterapêutica refere-se à ação de analisardo “produto musical de um paciente, ou da recepção/escuta por parte deste, articulando esta música a quem a produz ou a escuta” (BARCELLOS, 2004, p. 06 e 19). No campo de atuação da musicoterapia em espaços mais amplos, sociais, a leitura e análise musicoterapêutica expande-se, conformando-se no registro de elementos que interinfluenciam na dinâmica dos atores do contexto e numa análise subsidiada por autores que considerem uma perspectiva mais abrangente, como por exemplo, a teoria sistêmica, a teoria da complexidade, o conceito de mútua constituição merleau-pontyano.
(e)“Os ‘eixos temáticos’ têm a função de instigar discussões e reflexões, inspirar a escolha das modalidades de cada linguagem em arte e permitir a interação entre elas, entre os anos escolares, bem como entre as demais áreas do conhecimento, podendo articular a prática pedagógica dentro de um planejamento interdisciplinar. Esses eixos apontam para os múltiplos espaços de significação do nosso dia-a-dia, compreendidos como ambientes reais, virtuais, relações de poder, gênero, etnia, idade, comunidades, entre outros. Como espaços de significação podemos citar o quarto, a casa, a rua, a escola, o trabalho, o bairro onde cada um constrói experiências de convivência. Os eixos temáticos para cada ano letivo - 1º ao 9º ano- são, respectivamente: eu (1º ano); o outro(2º ano); localidade(3º ano); sociedade(4º ano); identidade(5º ano); lugares(6º ano); trajetos(7º ano); posicionamentos(8º ano) e projetos(9º ano)”. È possível perceber que cada tema eleito para cada ano escolar corresponde a questões essenciais a serem desenvolvidas junto aos educandos que se encontram em faixas etárias bem características. Como exemplo, no 1º ano a questão da identidade- EU- é muito importante para crianças de 6 a 7 anos, enquanto no 9º ano o tema PROJETOS se faz crucial junto aos adolescentes e jovens de 14 e 15 anos. No final do dumento apresentamos a MATRIZ DE MUSICOTERAPIA, elaborada pelo acadêmico Marcus Vinicius Galvão e Drª Sandra Rocha do Nascimento (2012), como ação do GEP de Musicoterapia.
(f)Segundo Bruscia (2000) os quatro tipos específicos de experiências musicais - Improvisação livre, Composição, Re-criação e Audição musical - servem como método principal da Musicoterapia e podem ser apresentadas com ênfase em diversas modalidades sensoriais, com ou sem discurso verbal, e em várias combinações com outras artes. Sustenta-se que todas essas experiências expressivas configuram-se como um continuum na auto-expressão dos indivíduos.
(g)Entre as abordagens musicoterapêuticas mais utilizadas, temos: MUSICOTERAPIA INTERATIVA (BARCELLOS,1992; 2004); MODELO BENENZON (BENENZON, 1985); MUSICOPSICOTERAPIA (BRUSCIA); MODELO NORDOFF-ROBBINS; MUSICOCENTRAMENTO (BRANDALISE) entre outros modelos teóricos em musicoterapia.
(h)Apresentamos, como exemplificação, alguns: IDENTIDADE SONORA; FENÔMENOS INTRA-RELACIONAIS (resistência, transferência, contratransferência, resiliência, inibição volitiva); COMPORTAMENTOS INTER-RELACIONAIS (condutas desestruturantes: evasão/fuga, comportamento opositor, atitudes agressivas, timidez, bulling, entre outras; condutas estruturantes: pró-atividade); entre outros conceitos.
(i)Entende-se o termo “aprendizagem subjetiva” relacionada à expressão dos aspectos subjetivos humanos, como: emoções, sentimentos, pensamentos, relações intra e interpessoais, representações, significações.
(j)O termo condutas psico-musicais foi proposto por Nascimento (1999), tendo como definição “aquelas condutas apresentadas e que parecem retratar as características psicológicas do grupo, projetadas nas manifestações sonoro-musicais e movimentações corporais. As condutas psico-musicais representam TUDO que o aluno-paciente ‘escolheu’ durante o “seu momento” de fazer música junto com o grupo, retratando seus aspectos psico-afetivos”(op.cit., p. 27).
(k)“Uma aprendizagem significativa implica em diferentes formas de avaliação e devem obedecer a critérios claramente definidos pelo professor, tendo em vista, sobretudo, a sintonia com o trabalho pedagógico e as expectativas de aprendizagem. Dessa forma, é pertinente levar em consideração tanto os aspectos técnicos da produção artística quanto às questões conceituais. Para ser consistente, a avaliação deve considerar as diferentes etapas do aprendizado, de forma processual e contínua. Dentre os vários instrumentos de avaliação existentes, destacamos como exemplo: 1) Provas escritas, que contribuem para verificar a apropriação dos aspectos técnicos e conceituais trabalhados; 2) Auto-avaliação, escrita ou oral, individual ou em grupo, onde o estudante reflete sobre o que aprendeu e sobre suas atitudes no decorrer das aulas; 3) Diário de bordo, que consiste em anotações escritas ou registros audiovisuais sobre as experiências educativas, visando refletir sobre questões tais como: O que aprendeu? Como aprendeu? Quais desafios enfrentou? Que novas idéias surgiram? 4) Portfólio, que permite visualizar, analisar e avaliar tanto o processo quanto o produto final das aprendizagens, pois o estudante, ao longo da seqüência didática, constrói ou organiza uma pasta a partir de suas reflexões, textos, entrevistas, informações visuais e sonoras sobre o assunto em discussão; 5) Ensaios, que permitem ao estudante manifestar sua opinião crítica acerca de um tema, produção, ou processo de criação; 6) Mostras de Artes Visuais, Dança, Música e Teatro, que possibilitam avaliar o resultado final das produções, em seus aspectos formais e conceituais, bem como experienciar ou vivenciar outras dimensões, tais como curadorias, organização e divulgação, que envolvem os circuitos artísticos. O processo de avaliação deve possibilitar não somente a verificação do que os estudantes aprenderam, mas de forma paralela e em semelhante grau de importância, a forma como se deu a mediação do professor no processo ensino-aprendizagem. A participação dos estudantes na definição prévia dos resultados a serem atingidos e, principalmente, no modo como serão avaliados, contribui para que se sintam co-autores do processo e, conseqüentemente, responsáveis por sua própria aprendizagem”.
MODELOS DOS ANEXOS
AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM
Eu, _________________________________________________, carteira de identidade RG________________________e inscrito no CPF sob o número_______________________, residente em _____________________(cidade), na_________________________________
______________________________(endereço), abaixo assinado, concedo para livre utilização direitos sobre a imagem e som da minha voz neste ato à equipe de produção constituída para realização do vídeo sinopse sobre ações da musicoterapia no contexto escolar, integrante do Ciranda da Arte e do Projeto de Extensão EMAC/UFG, a qualquer tempo, autorizando, conseqüentemente e universalmente, sua utilização, distribuição e exibição da obra audiovisual, por todo e qualquer veículo, processo ou meio de comunicação e publicidade, existentes ou que venham a ser criados, notadamente, mas não exclusivamente, em cinema, televisão, TV por assinatura, TV a cabo, pay per view, ondas hertzianas, transmissões porá satélite, vídeo, vídeo laser, home vídeo, disco, disco laser, cd rom, em exibições públicas e / ou privadas, circuitos fechados, aeronaves, navios, embarcações e /ou quaisquer outro meio de transporte, assim como na divulgação e / ou publicidade do filme em rádio, revistas, jornais, cinema e televisão, para exibição pública ou domiciliar, reprodução no Brasil e exterior, podendo as cenas do filme em questão ser utilizada para fins comerciais ou não, exibições em festivais ou outros meios que se fizerem necessário. Para tanto, vou CEDER sem remuneração pela atividade efetuada: ________________________________________
Assinatura do Responsável:_______________________________________________
Goiânia, _____ de _________________ de 20___.
Nome completo:________________________________________________________
Endereço:_________________________________________
Telefones: _________________________________________
E-mail: ___________________________________________
Identidade:________________________________________
CPF: ____________________________________________
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